Pesquisar este blog

Powered By Blogger

terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Dia após dia


Este texto tenta captar as dores, confusões e dessabores incompreendidos em nossas vidas diariamente...

Há mais ou menos meio ano venho me sentindo cansada, ou melhor dizendo, exausta.

Eu sou uma destas criaturas teimosas, que insiste em ser mais forte que a dor e se recusa à aceitar a derrota. Do tipo, se não puder conservar o sorriso nos lábios e ser uma companhia agradável, que seja de qualquer maneira, porque a vontade tem que ser maior do que a própria força.

Trata-se de um envoltório muito fraco este que uso, enquanto minha cabeça funciona durante as 24h do dia, o corpo delira em dores alucinantes que se assemelham à câimbras internas e externas também, inexplicáveis dores neste corpo que insiste em parar enquanto minha mente segue trabalhando e ansiando por conhecimento.

Não posso reclamar do meu dia-a-dia, porque há uma paz e tranquilidade que há tempos não experimentava, mas a luta entre o que quero e o que posso fazer é realmente uma constante.

Então eu ocupo meu tempo entre minhas obrigações sociais, profissionais e manter a harmonia física e mental, o que vem dando certo, mas demanda uma energia que em alguns momentos penso que meu corpo não tem.

Todos nós sabemos que este é apenas um instante, um momento, uma fase. Logo tudo vai mudar, vai transformar-se em pó, em lembranças e então eu seguirei em frente e melhorando e mudando. 

Seres mutantes é o que somos.

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Nota de agradecimento


Eu sou lúcida na minha loucura, permanente na minha inconstância, inquieta na minha comodidade. Amo mais do que posso e, por medo, sempre menos do que sou capaz... Quando me entrego, me atiro de quando recuo não volto mais. (Martha Medeiros)

Eu uso a internet para jogar, para brincar, para me comunicar com a família e amigos, para muitas vezes até provocar os outros. Mas desta vez eu quero agradecer, não um agradecimento comum, agradecer às pessoas que nunca pude agradecer, àquelas pessoas que sequer se deram conta que me ajudaram de alguma maneira.

Tipo quando meu pranto corria no rosto e alguém olhou pra mim com um sorriso carinhoso, sem nem ao menos me conhecer direito, mas sabia que algo estava errado.

Tipo quando todos foram embora, mas havia lá alguém com os braços abertos me esperando chegar e me fazer sorrir, quando parecia que ninguém mais se importava com o que estava acontecendo.

Quero agradecer àquela pessoa que quando eu dobrei a esquina sorriu pra mim sem nem saber quem eu era, mas que depois veio a ser uma companhia imprescindível em um momento que seria muito doloroso se eu estivesse sozinha.

Aproveitar o momento para lembrar que até aquele toque sutil de pele foi importante em uma noite chuvosa qualquer, serviu para me lembrar que eu ainda estava viva... e que ainda poderia voltar e buscar o que tinha deixado pra trás.

Posso até ousar agradecer à quem se comportou de maneira extravagante e inadequada até comigo, porque foi aí que as portas se abriram para que eu voltasse

A maioria das pessoas nem faz ideia do quanto são especiais e necessárias na vida da gente, e nós, por medo e covardia, também não falamos, mas hoje eu resolvi agradecer e dizer que sem companhias especiais, e amigos e amigas tão presentes e muitas vezes quase anônimas eu talvez não tivesse vencido e não estivesse onde estou.

O convívio social é importante sim, e muitas vezes um simples olhar faz toda a diferença em nossas vidas.

Obrigada pessoas lindas, pessoas queridas, pessoas... amo vocês, do meu jeito, um amor meio estranho, mas amor de qualquer jeito.




domingo, 3 de fevereiro de 2013

E a Gente Acreditou




Já nos contaram tantas mentiras. Foram tantas que começamos a nos achar burras, incompetentes e sem condições de fazer uma vida de sucesso, cheia de vitórias e felicidades. Uma das mentiras: que nós mulheres, podemos conciliar perfeitamente as funções de mãe, esposa, companheira e amante e ainda por cima ter uma carreira profissional brilhante. É muito simples: não podemos.
Se você se dedica de corpo e alma a seu filho recém-nascido, que na hora certa de mamar dorme e à noite, quando deveria estar dormindo, chora, com fome, é impossível estar sexy para cumprir um dos papéis considerados obrigatórios, o de amante. Aliás, nem o de companheira; quem consegue trocar uma ideia sobre política se não teve tempo de fazer as unhas?
Mas a humanidade está aí, querendo convencer as mulheres - e os maridos - de que um peixinho com ervas ao forno com uma batatinha cozida al dente, acompanhado de vinhozinho branco, é facílimo de fazer e que assim o casamento continuará tendo aquele toque de glamour de filme francês. Ah, quanta mentira. 
Outra diz respeito à mulher que trabalha; não à que faz de conta que trabalha, mas a que trabalha mesmo. No começo, ela até tenta se vestir no capricho, usar salto e estar sempre maquiada, mas cedo se vão as ilusões. Entre em qualquer local de trabalho às 4 da tarde e vai ver um bando de mulheres maltradas, com o cabelo horrendo, sem um pingo de glamour dos filmes. Dizem que o trabalho enobrece; isso pode até ser verdade. Mas ele também envelhece, resseca a pele.
Não adianta: uma mulher glamourosa e pronta a fazer todos os charmes - aqueles que enlouquecem os homens - precisa, fundamentalmente, de duas coisas: tempo e dinheiro. Tempo para hidratar os cabelos, fazer mechas, praticar musculação, comprar uma sandália nova, depilar; e dinheiro para tudo isso e ainda para pagar uma boa empregada, o que também custa dinheiro. É interessante a imagem de mulher que, depois do expediente, vai ao toalete - um toalete cuja luz é insuportavelmente branca e fria - , retoca a maquiagem, coloca os brincos e sai alegremente para a happy hour. Aliás, se as empresas trocassem a iluminação de seus elevadores e banheiros por lâmpadas âmbar, os índices de produtividade iriam ao infinito; não há autoestima feminina que resista quando elas se olham nos espelhos desses recintos.
Felizes são as mulheres que têm cinco minutos - só cinco - para decidir a roupa que vão usar no trabalho. Na luta contra o relógio, o uniforme termina sendo preto ou bege para tudo combinar sem que um só minuto seja perdido. Mas tem as outras, com filhos já crescidos. Quando chegam em casa, têm de perguntar, como foi o dia na escola, procurar entender por que estão agressivos. E ainda há aquelas que têm um namorado que apronta, mas acham que não conseguem viver sem ele. apesar de uma grande cientista ter descoberto que só existem três coisas sem as quais não se pode viver: ar, água e pão. Convenhamos que é difícil ser uma mulher de verdade. impossível mesmo, eu diria.

Texto de Danuza Leão