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domingo, 15 de novembro de 2009

Amor Antigo


Tenho ouvido e visto tanta coisa nesses últimos anos, mas a única coisa realmente linda que vi foi o Amor antigo, aquele que veio através dos tempos como se nunca nada os tivesse separado. A conversa trivial, a total falta de intensão de chegar a qualquer objetivo. Aquela cumplicidade nas palavras que só os dois entendem, sabem exatamente o que signica cada olhar, cada gesto, cada vírgula em uma frase qualquer. Então me lembrei de um poema de Carlos Drummond de Andrade e resolvi transcrevê-lo pra cá, assim outras pessoas podem ou não compactuar comigo da visão que tenho de Amor antigo, aquele que veio da infância, das brincadeiras inocentes e está hoje aqui na companhia de qualquer um de nós.

O Amor antigo vive de si mesmo,
não do cultivo alheio ou de presença.
nada exige nem pede, Nada espera,
mas do destino não nega a sentença.

O Amor antigo tem raízes fundas,
feitas de sofrimento e de beleza.
Por aquelas megulha no infinito
e por estas suplanta a natureza.

Se em toda parte o tempo desmorona
aquilo que foi grande e deslumbrante,
o antigo Amor, porém, nunca fenece
e a cada dia surge mais amante.

Mais ardente, mas pobre de esperança.
Mais triste? Não. Ele venceu a dor,
e resplandece no seu canto obscuro,
tanto mais velho quanto mais Amor.

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